O Eneagrama

Não é a sua personalidade. Mas, então, quem és?

Se é como a maioria das pessoas, está a ler esta página, é porque quer compreender melhor a razão de ser como é. Por que motivo faz as coisas que faz ou reage da forma que reage a certas coisas? Independentemente do número de vezes que aprendeu algo, porque é que continua a cometer os mesmos erros? Como pode melhorar as suas relações e o que aconteceu na relação que não resultou? Por que motivo há uma questão na sua vida que, simplesmente, não consegue ultrapassar? Bem, há uma razão para todas estas coisas. E há um motivo pelo qual tem dificuldade em entender porque é que faz o que faz. Basicamente — transformou-se num zombie. Não, não estamos a dizer que é, literalmente, um morto-vivo. Estamos a dizer que está a passar pela vida num estado semelhante ao de um zombie — em piloto automático, “adormecido” para quem você realmente é e o que está efetivamente a acontecer dentro de si. Tal como a maioria de nós. Nossos perCursos de transFormação pode ajudá-lo a despertar deste estado, dando-lhe a conhecer o Eneagrama, uma ferramenta poderosa de crescimento, baseada em sabedoria intemporal, que pode ajudá-lo a conhecer o seu verdadeiro eu. O Eneagrama pode libertá-lo de padrões defensivos autolimitativos e ajudá-lo a crescer, tornando-se uma versão expandida de si mesmo. Pode revelar-lhe quem você verdadeiramente é ao mostrar-lhe quem pensa ser. Só então está em condições de saber quem verdadeiramente você é — e quem não é.

O que é o Eneagrama?

O Eneagrama é um sistema complexo e significativo que está relacionado com muitos sistemas diferentes de conhecimento, incluindo a psicologia, cosmologia e matemática. Forma a base de uma tipologia altamente precisa que descreve nove tipos distintos de personalidade e serve de quadro de referência para compreender o ego humano e mapear um processo de crescimento. Como modelo psicológico e espiritual que estabelece caminhos específicos de autodesenvolvimento, ajuda-nos a “despertar” para nós mesmos, ao revelar-nos os padrões habituais e pontos cegos que limitam o nosso crescimento e transformação. O Eneagrama baseia-se em nove tipos de personalidade que assentam em três “centros de inteligência” que determinam o modo como assimilamos e processamos a informação que nos chega do mundo exterior.

. Pensamos e analisamos usando o centro da nossa cabeça. Os tipos 5, 6 e 7 são dominados por este centro e a experiência destes é moldada pelos pensamentos. São analíticos, imaginativos e sabem como planear e dar sentido às coisas, mas podem ser excessivamente lógicos e desapegados dos sentimentos e emoções.

• Sentimos emoções e conectamo-nos com os outros usando o centro do nosso coração. Os tipos 2, 3 e 4 são dominados por este centro e a experiência destes é moldada pelos sentimentos. Normalmente, têm inteligência emocional e empatia, valorizando a conexão e os relacionamentos, mas podem ser excessivamente focados na imagem e recearem a rejeição.

• A nossa vida é experienciada através dos nossos sentidos, usando o centro do nosso corpo. Os tipos 1, 8 e 9 são dominados por este centro e a experiência destes é moldada pelas sensações. Normalmente, são empenhados e responsáveis, valorizando a verdade e a honra, mas podem ser críticos e inflexíveis.

Ficamos “desequilibrados” quando usamos mais um destes centros do que os outros dois. O Eneagrama ajuda-nos a tomar consciência deste desequilíbrio e a corrigi-lo.

Cada um dos nove tipos do círculo do Eneagrama pode ser definido em termos de uma estratégia central de sobrevivência composta por padrões e motivações habituais. Todos nós desenvolvemos estratégias inconscientes para evitarmos a dor e o desconforto, à medida que nos movemos pelo mundo. Quando nos vemos como o total da soma destes padrões inconscientes, perdemos de vista quem, efetivamente, somos e as possibilidades que temos. O facto de estas estratégias serem inconscientes torna difícil (ou impossível) reconhecê-las e ir para além delas. Mas, na realidade, nós somos muito mais do que pensamos ser e o Eneagrama ajuda-nos a percebê-lo.

Cada um dos nove tipos de personalidade do círculo do Eneagrama tem três “subtipos” distintos, totalizando vinte e sete tipos. Estes subtipos são versões mais subtis dos nove tipos originais e são definidos por três impulsos instintivos: autopreservação, pertença social e fusão sexual (de um para um). Cada subtipo revela como estes impulsos instintivos moldam o comportamento e exprimem as nossas principais motivações emocionais. A cada tipo correspondem as três personalidades de subtipo que assumem formas ligeiramente diferentes, incluindo uma das três, designada por “contratipo”, que contraria a expressão geral do tipo em certos aspetos porque o impulsionador emocional e o objetivo instintivo apontam em direções opostas.

Para desvendar as extraordinárias perspetivas do Eneagrama, primeiro, deve identificar qual dos nove tipos melhor combina com a sua personalidade, identificando, em seguida, o subtipo que o descreve com maior exatidão. No entanto, esta pode ser uma tarefa desafiadora porque tipos diferentes parecem semelhantes à primeira vista e pode ocorrer a identificação com mais do que um. O facto de as descrições do tipo remeterem, em parte, para hábitos inconscientes ou pontos cegos torna a tarefa ainda mais desafiadora.

A um certo nível, estes tipos de personalidade baseiam-se em algo muito simples — naquilo em que focamos a nossa atenção à medida que nos movemos pelo mundo. Mas o que vemos também define o que não vemos — assim como o facto de não o vermos. Estes são os nossos pontos cegos. Quando permanecemos inconscientes destes aspetos essenciais da nossa experiência, continuamos sem ver o impacto que têm no modo como pensamos, sentimos e agimos. Isto explica por que motivo se pode dizer que estamos “adormecidos” — a passar pela vida como zombies.

Para “despertarmos” deste estado, temos de confrontar o ego — assim como a Sombra projetada pelo ego. Necessitamos de nos tornar conscientes dos hábitos automáticos que estruturam a nossa persona egoica defensiva, assim como de tudo que permanece inconsciente em nós e que está associado à necessidade do nosso ego se proteger a si mesmo. Esta persona autoprotetora mantém-se focada nas suas necessidades e impede-nos de sentir dor — ou alegria — condenando-nos a uma espécie de sono acordado, no qual desconhecemos quem somos e as nossas possibilidades. Reprimimos estes elementos de Sombra porque criam dor ou desafiam a nossa autoimagem. No entanto, ao torná-los mais conscientes, passamos a ter mais autoconsciência e tornamo-nos inteiros. Sem os enfrentarmos, nunca conseguimos conhecer-nos como realmente somos. Quando não vemos nem mandamos nas tendências inconscientes ligadas à personalidade na qual nos mantemos focados (e que nos limita), somos reféns de quem pensamos ser ou de quem receamos ser ou ainda de quem gostaríamos de ser. Quando ultrapassamos o ego e nos envolvemos ativamente no processo de crescimento que o Eneagrama traça para nós, começamos a despertar para o nosso pleno potencial.

Transformar-se e acordar zombie

Com o passar do tempo, aprendemos a equacionar tudo o que somos com o ego, criando uma espécie de falso eu ou persona. Cada um de nós vem ao mundo com um eu singular e autêntico. No entanto, enquanto crianças dependentes, adotamos estratégias de sobrevivência para nos ajudarem a adaptar ao nosso ambiente. Descobrimos formas engenhosas de lidar com a vida usando estratégias de confrontação para nos protegermos como pequenos seres vivos num grande mundo. Estas estratégias inconscientes determinam a qual dos nove tipos de personalidade pertencemos.

Mas “tu” e a “tua personalidade” não são a mesma coisa. As nossas personalidades ajudam-nos a sobreviver à infância, mas limitam a nossa perceção consciente de tudo o que podemos ser na idade adulta. Lentamente, com o passar do tempo, a nossa necessidade de sobreviver no mundo faz-nos desenvolver um falso eu que substitui o nosso verdadeiro eu. E quanto mais nos distanciamos da infância, mais o nosso verdadeiro eu é obscurecido pelos padrões defensivos que adotamos. Ficamos presos nestes padrões habituais e invisíveis, sendo difícil crescer além deles, à medida que se tornam mais profundamente enraizados. Tornam-se fixos e rígidos, de maneiras que não reconhecemos, precisamente porque nos ajudam a adaptar e a sobreviver — em alguns casos, sob condições difíceis. À medida que nos sentimos mais confortáveis com estas estratégias, imergimos cada vez mais fundo num estado zombie sem sequer nos apercebermos disso.

O Eneagrama ajuda-nos a compreender de que forma as estratégias de sobrevivência, desenvolvidas por nós em tenra idade, nos podem transformar em zombies, mais tarde, na nossa vida. Transmite-nos técnicas para um despertar consciente e intencional, permitindo-nos conhecer o nosso verdadeiro eu. Quando “adormecemos” para o nosso verdadeiro eu e o nosso enorme potencial, perdemos de vista a nossa capacidade inata de crescimento para além do ego.

Ficamos presos num nível inferior de consciência e esquecemo-nos que podemos escolher um estado mais elevado de perceção.

Despertar para o nosso verdadeiro eu e enveredar pelo caminho que leva a esta maior consciência exige uma enorme dose de esforço intencional. Temos de tomar consciência do nosso estado semelhante ao de um zombie e, em seguida, trabalhar ativamente para o contrariarmos de modo a conseguirmos emergir dele. Temos de nos envolver num trabalho interior intencional e consciente para despertarmos do transe em que entramos quando achamos que somos a nossa personalidade. Temos de recordar, continuamente, a nós próprios a necessidade de maior presença e sintonia com a nossa experiência quotidiana para ultrapassarmos os hábitos profundamente enraizados do ego. Sem este esforço consciente, podemos permanecer zombies por toda a nossa vida. E assim acontece com muita gente. O Eneagrama pode ajudar-nos a compreender os padrões e tendências que, eventualmente, estarão a bloquear o nosso próprio despertar.

(Fonte: Chestnut, Beatrice ; Paes, Uranio . Eneagrama: Guia para o Despertar. Editora Self.)

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